Nos últimos anos, o Big Data tem ganhado protagonismo em diversas áreas do conhecimento, e no campo tributário na luta contra a evasão fiscal não tem sido diferente. Leonardo Manzan destaca que a grande capacidade de processar e analisar volumes massivos de dados em tempo real está revolucionando a maneira como os tributaristas trabalham, permitindo análises mais profundas e tomadas de decisão mais embasadas.
O tradicional trabalho focado apenas na legislação e nos cálculos fiscais está sendo complementado por uma abordagem mais preditiva e estratégica, onde os dados são o ponto de partida para criar valor. Essa transformação não apenas melhora a eficiência operacional, como também oferece uma nova dimensão de inteligência fiscal para empresas e profissionais do setor. Confira!
De que forma o Big Data pode ser usado para identificar riscos fiscais?
Uma das aplicações mais relevantes do Big Data na área tributária é a análise de conformidade, pontua Leonardo Manzan. Através da coleta e cruzamento de dados fiscais, contábeis e operacionais, as ferramentas de análise avançada conseguem identificar padrões suspeitos, inconsistências ou comportamentos que fogem da normalidade.
Esses insights ajudam os tributaristas a anteciparem potenciais problemas com o fisco, evitando multas, autuações ou litígios. Por exemplo, uma empresa pode ser alertada sobre uma variação abrupta no crédito de ICMS que, à primeira vista, passaria despercebida em uma análise manual. Assim, os dados se tornam aliados na prevenção de riscos, fortalecendo a governança tributária das organizações.
Como as empresas estão se preparando para essa nova realidade?
Empresas de todos os tamanhos estão investindo cada vez mais em infraestrutura de dados, capacitação de seus times e parcerias com fornecedores de soluções analíticas. O objetivo é criar uma cultura data-driven, onde decisões fiscais e contábeis sejam baseadas em dados confiáveis e em tempo real. Em paralelo, departamentos fiscais estão passando por uma transformação digital, adotando plataformas que integram contabilidade, tributos e compliance com sistemas analíticos.

Segundo Leonardo Manzan, a adoção crescente de tecnologias avançadas, como machine learning e inteligência artificial, tem transformado profundamente o trabalho na área tributária. Essas ferramentas inovadoras não apenas complementam a rotina do profissional, mas também trazem automação para tarefas repetitivas e operacionais, como o processamento de grandes volumes de dados, conferências fiscais e cruzamento de informações. Com isso, os tributaristas ganham mais tempo e recursos para se dedicarem a análises estratégicas, interpretações complexas da legislação e tomadas de decisão que agregam maior valor ao negócio.
Dessa forma, o tributarista moderno precisa ir além do conhecimento tradicional da legislação e das normas fiscais. É essencial que ele domine também as ferramentas tecnológicas de análise de dados, seja para identificar padrões, antecipar riscos tributários ou otimizar processos internos. A capacidade de integrar expertise jurídica com habilidades digitais torna-se um diferencial competitivo imprescindível, permitindo ao profissional entregar soluções mais eficazes, rápidas e precisas em um ambiente regulatório cada vez mais complexo e dinâmico.
Qual é o papel do tributarista na era dos dados?
O tributarista do futuro — e, em muitos casos, do presente — é mais do que um especialista em legislação: é um analista estratégico de dados. De acordo com Leonardo Manzan, seu papel é transformar informações complexas em inteligência acionável, contribuindo diretamente para a saúde financeira e competitividade das organizações.
Conforme Leonardo Manzan, isso significa ser capaz de dialogar com áreas como TI, compliance e planejamento estratégico, além de utilizar ferramentas de visualização e modelagem preditiva. A capacidade de gerar valor com dados coloca o tributarista em uma posição central nas decisões de negócio, elevando o status da área tributária de um centro de custos para um gerador de oportunidades.
Conclui-se assim que a tendência é que a análise tributária se torne cada vez mais digital, integrada e orientada por dados. Com a evolução contínua das tecnologias de Big Data, inteligência artificial e automação, o papel humano tende a se concentrar na interpretação estratégica dos resultados, deixando a coleta e processamento para as máquinas. Portanto, o futuro da análise fiscal pertence aos dados — e àqueles que souberem usá-los com inteligência.
Autor: Anastasia Petrova