Para o senhor Aldo Vendramin, com a crescente preocupação ambiental e as exigências dos consumidores globais por práticas mais sustentáveis, a agricultura regenerativa surge como uma tendência forte no agronegócio mundial. Mais do que preservar, essa abordagem busca restaurar os ecossistemas, aumentando a saúde do solo, da água e da biodiversidade. Para produtores de commodities como soja, milho e café, essa mudança representa uma grande oportunidade.
Neste artigo, exploramos como essa nova forma de produzir pode abrir portas para exportações mais valiosas e sustentáveis. Saiba mais a seguir:
O que é agricultura regenerativa e por que ela importa?
A agricultura regenerativa vai além da sustentabilidade: ela tem como foco regenerar o solo, aumentar a biodiversidade e capturar carbono da atmosfera. Como considera Aldo Vendramin, isso é feito com práticas como o plantio direto, rotação de culturas, uso de adubos orgânicos, cobertura vegetal permanente e integração entre lavoura, pecuária e floresta. O resultado é um sistema mais resiliente e produtivo a longo prazo.

Essas práticas são beneficiais não só ambientais, mas também econômicos. Solos mais vivos retêm mais água e nutrientes, reduzindo a necessidade de fertilizantes e irrigação. Além disso, propriedades que adotam métodos regenerativos se tornam mais resistentes às mudanças climáticas, diminuindo perdas por eventos extremos como secas ou enchentes. Ou seja, é uma estratégia inteligente e lucrativa.
Como a agricultura regenerativa impacta a exportação de commodities?
Mercados como a União Europeia e os Estados Unidos têm imposto regras cada vez mais rígidas para a importação de alimentos e matérias-primas. Selos de sustentabilidade e rastreabilidade da produção estão se tornando exigências básicas. Nesse cenário, produtores que adotam práticas regenerativas saem na frente, oferecendo um diferencial que agrega valor às commodities.
Com a pressão dos consumidores por transparência e responsabilidade ambiental, grandes tradings e compradores internacionais estão priorizando fornecedores com práticas sustentáveis. Soja e café regenerativos, por exemplo, podem conquistar prêmios de preço ou acesso a nichos de mercado mais exigentes. Segundo Aldo Vendramin, isso transforma o que antes era visto como custo adicional em um verdadeiro investimento estratégico.
O Brasil está preparado para essa transição?
O Brasil possui clima, solo e biodiversidade ideais para liderar essa transição global para a agricultura regenerativa. Muitos produtores já aplicam técnicas que se alinham a esse conceito, mesmo sem as rotular como tal. Como pontua o empresário Aldo Vendramin, o desafio está em ampliar o acesso a conhecimento técnico, linhas de crédito específicas e certificações que comprovem essas práticas ao mercado externo.
Iniciativas de cooperativas, ONGs e empresas têm ajudado a impulsionar essa mudança, oferecendo apoio técnico e conectando produtores a compradores conscientes. Com políticas públicas adequadas e incentivos ao uso sustentável da terra, o Brasil pode se destacar como um fornecedor mundial de commodities regenerativas. Isso não só fortalece o agronegócio, como também melhora a imagem do país no exterior.
Em suma, a agricultura regenerativa deixou de ser apenas uma inovação ambiental para se tornar uma exigência do comércio internacional. Ao restaurar os recursos naturais e adotar práticas produtivas mais equilibradas, produtores brasileiros podem se posicionar como líderes em um mercado que valoriza responsabilidade e rastreabilidade. De acordo com Aldo Vendramin, em um mundo que busca soluções climáticas e sociais, produzir cuidando do planeta não é apenas o certo — é também o mais inteligente.
Autor: Anastasia Petrova